Inadimplência e vendas registram alta em dezembro, segundo dados do SPC Brasil

Publicado por: redação
10/01/2013 01:56 AM
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Para economistas, apesar de resultado pouco expressivo do PIB em 2012,  atividade do comércio varejista se manteve aquecida e vendas fecham no azul

No mês de dezembro, a inadimplência do consumidor brasileiro registrou leve alta de 1,12% em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com o indicador mensal de inadimplência do comércio divulgado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Na comparação com o mês imediatamente anterior, houve uma ligeira retração de 0,91%. Para a economista do SPC Brasil, Ana Paula Bastos, esse resultado reflete “a preocupação dos consumidores em não se endividarem, tendo em vista as compras de Natal e os compromissos com contas sazonais de início de ano, como IPTU, IPVA e matrículas escolares”, explica.

No acumulado do ano — de janeiro a dezembro de 2012, frente ao mesmo período de 2011 —, a inadimplência cresceu 1,90%, mas na avaliação de economista, o cenário não chega a ser preocupante. “O nível de desemprego está menor e os ganhos salariais têm crescido acima da inflação, o que possibilita ao consumidor ter maior controle sobre o orçamento e uma maior capacidade de quitar os débitos”, sustenta.

Vendas

Em relação às consultas ao banco de dados do SPC Brasil que, de certa forma, refletem o nível de atividade no varejo, o mês de dezembro registrou alta de 8,27% frente ao mesmo período de 2011. Na comparação de dezembro com o mês imediatamente anterior, o número de consultas apresentou crescimento de 33,42%. Já no acumulado do ano, a atividade comercial apresentou acréscimo de 6,75%.

De acordo com os especialistas do SPC Brasil, este crescimento é considerado natural e responde às expectativas do setor, uma vez que grande parte do consumo em dezembro se deu em função das compras de Natal e da injeção de pelo menos R$ 131 bilhões na economia brasileira, decorrente da segunda parcela do 13º salário.

Já o resultado consolidado nos últimos 12 meses no azul decorre da conjuntura econômica favorável ao consumo. A política de afrouxamento monetário adotada pelo Banco Central (redução da taxa básica de juros de 11,00% a.a em dezembro/2011 para 7,25% a.a em dezembro/2012), as prorrogações da redução do IPI Zero para eletrodomésticos, móveis e automóveis e o acesso facilitado ao crédito foram fatores que contribuíram com o aquecimento do mercado.

Recuperação de crédito

O número de cancelamento de registros, que reflete a recuperação de crédito no varejo e a quitação de dívidas, foi positivo em dezembro de 2012 e apresentou alta de 1,08% sobre o mesmo mês em 2011. Em relação a novembro de 2012, a recuperação de crédito cresceu 21,50%. No acumulado do ano, o número de consumidores que saldaram dividas atrasadas apresentou uma pequena elevação de 0,43%, segundo indicador SPC Brasil.

Na avaliação da entidade, as pressões do governo federal sobre os bancos comerciais para que houvesse uma redução das taxas cobradas no crédito para pessoa física permitiu aos consumidores, em 2012, um ambiente mais propício para regularizar dívidas com os credores.

Balanço do ano

De acordo com o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Jr, o ano de 2012 pode ser considerado positivo para o setor do comércio varejista. “Os consumidores se mostraram mais estimulados a irem às compras, principalmente, porque a maioria deles está devidamente empregada”, justifica.

E para 2013, o cenário é de otimismo, avaliam a CNDL e o SPC Brasil. Tanto pela manutenção dos altos índices de empregabilidade (O IBGE aponta que em novembro a taxa de desocupação foi de 4,9%) como pelas projeções de um crescimento mais vigoroso do PIB, somados a entrada em operação do “Cadastro Positivo”, que vai favorecer a ampliação do crédito para os bons pagadores. Fatores que, juntos, tendem a beneficiar o consumo.

No entanto, a economista alerta: “É necessário disseminar a cultura do planejamento orçamentário, porque nem todos os consumidores estão imunes às compras por impulso que, na maior parte das vezes, comprometem a capacidade de pagamentos”.

Baixe o material completo em www.cndl.org.br

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