Racismo

Publicado por: redação
18/02/2014 05:13 AM
Exibições: 29
(*) Maria Cecília Rodrigues de Oliveira
O tratamento dispensado ao jogador Tinga, do Cruzeiro, pela torcida peruana, na Libertadores, dia 12 de fevereiro último, causou profundo constrangimento aos seus companheiros de equipe e indignação à maioria da nação brasileira. “A cada vez que [Tinga] tocava na bola, gritos da torcida local imitavam o som de macacos”, noticiou o site de uma revista nacional.
Esse triste episódio motivou este artigo.
Em sociologia, qualquer preconceito com base racial constitui racismo. Preconceito, por sua vez, é uma atitude cultural negativa dirigida a membros de um grupo que combina crenças e juízos de valor com predisposições emocionais. Ambos, preconceito e racismo, são problemas sociais graves, pois fundamentam a discriminação por meio de tratamento desigual a indivíduos que pertencem a determinado grupo.
Na segunda metade do século XIX e início do século XX, tem origem a discriminação social assentada nas teorias racistas e eugenistas, as quais atribuíam superioridade à sociedade branca europeia em relação a outros povos. Com o avanço da genética nas últimas décadas, comprovou-se que não há qualquer evidência científica da existência de povos com atributos genéticos ou morais que sejam superiores em relação a outros, o que torna ultrapassada a ideia de “raças” na espécie humana. Em suma, a espécie humana é uma só!
Lamentavelmente, tanto no Brasil como em outros países do mundo, o racismo, e consequentemente a discriminação racial, ainda resiste fortemente, porque, como fenômenos sociais, são construídos histórica e socialmente.
Por causa desse ranço discriminatório, muitas pessoas têm sido desrespeitadas, humilhadas, expostas ao vexame, agredidas física e moralmente, o que lhes causa grande sofrimento, além de afetar profundamente a autoestima delas.
No entanto, a intolerância com o diferente não se restringe ao racismo. Ela se estende aos deficientes físicos, aos homossexuais, às mulheres, àqueles de menor poder aquisitivo, entre outros grupos. Assim, demonstrações explícitas de intolerância e discriminação podem ser observadas em diferentes contextos: nas escolas (por meio do bullying), nas ruas (pelos ataques a homossexuais), nas famílias (violência contra mulheres), bem como nos estádios de futebol, nas instituições religiosas, na política, em todos os lugares nos quais o preconceito prepondera sobre o direito à diversidade.
Desse modo, como sociedade global e plural do século XXI, torna-se imperativa a reflexão sobre quais valores queremos preservar para a manutenção da “humanidade”...

Bibliografia consultada
Material de sociologia (Ensino Médio e Pré-Vestibular) do Ético Sistema de Ensino (www.sejaetico.com.br), da Editora Saraiva.

(*) Maria Cecília Rodrigues de Oliveira é psicóloga e editora plena da Divisão de Sistemas de Ensino da Saraiva

Vídeos da notícia

Imagens da notícia

Categorias:
Tags: