A Justiça condenou a Band Bahia no caso da entrevista da repórter Mirella Cunha com um acusado de estupro veiculada na edição local do ‘Brasil Urgente’, em 2012.
A emissora terá que desembolsar R$ 60 mil de indenização ao Estado por violação de direitos humanos coletivos.
Repórter debochou da falta de conhecimento do detido
Na ocasião, durante uma gravação na delegacia, a jornalista ridicularizou o preso, que não sabia pronunciar a palavra próstata, além de confundir com o exame de corpo de delito. Criticada nas redes sociais, a profissional foi afastada pela direção do canal.
O caso ganhou enorme repercussão e o vídeo chegou a ser encaminhado pela Câmara dos Deputados para as comissões de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA).
A ação contra a emissora foi ajuizada pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF-BA). Na sentença, o juiz Rodrigo Brito Pereira, da 11ª Vara Federal em Salvador, declarou que a “entrevista desbordou de ser um noticioso acerca de um possível estupro para um quadro trágico em que a ignorância do acusado passou a ser o principal alvo da repórter”.
Ainda segundo o magistrado, “ao deixar de obter as notícias para ser a notícia, a repórter Mirella em muito superou qualquer limite de ética e bom senso na atividade jornalística”. Ele também observou que tal conteúdo transmitido no horário do almoço - faixa de exibição do programa – “contribui para a má formação moral, educacional e cultural de crianças e adolescentes”.
Fonte: Comunique-se