Assassinado o terceiro radialista cearense em 2015

Publicado por: redação
10/08/2015 10:15 PM
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Apresentador de rádio na cidade de Camocim, Gleydson Carvalho relatou que vinha recebendo ameaças e sofrendo perseguições políticas
Na tarde do último dia 6, o locutor de rádio Gleydson Carvalho foi assassinado em Camocim, no Ceará.

 

Conhecido pela cobertura política que realizava, o radialista comentou recentemente no ar e para outros colegas de profissão que vinha recebendo ameaças e perseguições políticas. Na última quinta-feira, dois homens entraram no estúdio da rádio Liberdade FM e atiraram três vezes contra o radialista enquanto ele apresentava seu programa Revista Regional. O apresentador morreu a caminho do hospital.

 

Gleydson era um radialista conhecido na cidade por realizar denúncias contra políticos da região em seu programa de rádio.

 

Apurando o caso, a ARTIGO 19 conversou com o delegado responsável pela investigação que até o momento identificou ao menos quatro pessoas envolvidas no ataque. Eles haviam alugado uma casa próxima à rádio, ao que tudo indica, para planejar o crime. A polícia encontrou o esconderijo e deteve duas pessoas. As outras duas estão foragidas.

 

A investigação aponta para a possibilidade de que os quatro sejam pistoleiros, mas não há indícios até o momento dos possíveis mandantes do crime.

 

O caso de Gleydson infelizmente não é o primeiro a ocorrer no estado do Ceará neste ano.

 

Há menos de um mês o apresentador de rádio e TV, Francisco Rodrigues de Lima, foi assassinado na porta da emissora onde trabalhava, na cidade de Pacajus, região metropolitana de Fortaleza. O crime ainda está sendo investigado, mas já se sabe que nada foi levado da vítima, o que descarta a hipótese de latrocínio e exige que a polícia investigue outras motivações para o crime, incluso a atividade profissional da vítima.

 

O radialista José Patrício Oliveira foi a primeira vítima do ano, assassinado no final de março na cidade de Brejo Santo, no interior do estado. O pistoleiro acusado de ter assassinado Patrício foi detido cerca de 30 dias após o crime, mas as investigações não avançaram na busca pelo mandante.

 

Patrício, assim como Gleydson, avisou ao seu público que estava recebendo ameaças. O radialista trabalhava como repórter policial e alguns dias antes do seu assassinato afirmou que fora ameaçado em decorrência das denúncias que fazia em seu programa.

 

A ARTIGO 19 solicita às autoridades das localidades onde os crimes ocorreram que se comprometam com a rapidez na resolução dos casos, mas que não se deem por satisfeitas em identificar e deter apenas os pistoleiros responsáveis pela execução dos crimes. É preciso identificar os mandantes dos casos para garantir que eles não adotem a mesma estratégia de contratar alguém que cometa e pague pelos crimes em seus lugares. Uma investigação completa identifica e julga todos os envolvidos em um caso.

 

Além disso, no grave contexto de ameaça à liberdade de expressão presenciado no estado do Ceará, a ARTIGO 19 também demanda o envolvimento das autoridades estaduais cearenses nos casos dos três radialistas assassinados, além de solicitar o comprometimento em oferecer medidas preventivas que evitem que casos similares ocorram com outros radialistas na região.

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