O custo do voto

Publicado por: redação
26/12/2015 06:39 AM
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por Célio Pezza*

No último dia 30 de novembro, o Judiciário publicou no Diário Oficial da União que o corte de R$ 428,7 milhões de verbas para a Justiça Eleitoral impedirá o uso de urnas eletrônicas nas eleições de 2016.

De acordo com o TSE, seriam necessários R$ 200 milhões somente para aquisição de novas urnas eletrônicas já licitadas. Sem essa verba, as eleições poderão ser no papel, como eram antes das urnas eletrônicas. Se por um lado a notícia parece um tremendo retrocesso, por outro levanta um problema que precisa ser solucionado, pois as urnas utilizadas no Brasil são muito questionadas por vários especialistas.

O Brasil utiliza um tipo de urna que é exclusivamente eletrônica e não permite uma posterior verificação. Existem outros tipos que incluem uma versão impressa auxiliar no meio eletrônico e que permite uma recontagem de votos caso haja alguma dúvida. Esse tipo foi recentemente utilizado na Argentina, ao passo que o sistema brasileiro já foi recusado em inúmeros países pela possibilidade de fraudes via software e sem possibilidade de detecção.

Segundo os especialistas, uma votação somente eletrônica ou somente em papel, são sistemas vulneráveis a fraudes e o ideal é combinar as duas tecnologias para aumentar a segurança, como já ocorre em diversos países como Argentina, Israel, Estados Unidos, Bélgica, Canadá, Peru e outros. Enquanto países sérios como Alemanha e Holanda consideram que as urnas utilizadas no Brasil são “criminosas”, aqui alardeamos que temos um sistema avançado e que conseguimos os resultados poucas horas após o pleito.

Outro problema sério no sistema de votação no Brasil é a concentração de poder na Justiça Eleitoral, pois quem administra o sistema também é responsável pelo julgamento dos questionamentos. É um absurdo que o próprio TSE fale sobre uma inviolabilidade de um sistema de votação, sendo que é ele mesmo quem define, controla e administra todo o sistema. Ainda, de acordo com o TSE, o custo de voto por eleitor é de R$4,80. Temos perto de 142 milhões de eleitores, portanto temos um custo aproximado de R$ 680 milhões por eleição no Brasil, só com a atividade do voto e apuração, sem contar todas as outras despesas inerentes ao TSE. Voltando ao tema central, o correto seria o Brasil não retroceder e voltar ao sistema arcaico com papel nem permanecer no sistema de urnas atuais.

O ideal seria avançar para um sistema combinando as urnas eletrônicas com voto impresso, diminuindo a chance de manipulação de resultados. Temos que disponibilizar verbas para consolidar a democracia e avançar no sistema de votação.

 

*Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Tumba do Apóstolo. Saiba mais em www.facebook.com/celio.pezza
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Sobre Célio Pezza

O escritor Célio Pezza, 64 anos, iniciou a carreira de escritor em 1999, movido pela vontade de levar as pessoas a repensarem o modelo de vida atual dos seres humanos. Seus livros misturam realidade e suspense, e Celio já tem 8 livros publicados, inclusive no exterior, e é colunista colaborador de dezenas de jornais e revistas por todo o país. Saiba mais em: www.facebook.com/celio.pezza

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