Crise econômica eleva demissões em massa e aumenta o número de processos trabalhistas

Publicado por: redação
17/11/2016 12:39 AM
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Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil está em recessão desde o segundo semestre de 2014 e vive hoje a sua mais longa e profunda crise econômica. De acordo com o advogado Mauro Scheer Luís, do escritório Scheer & Advogados Associados, a queda da atividade econômica e o endividamento das empresas gerou como primeiro impacto o desemprego em massa.

 

Hoje, segundo dados do IBGE, há quase 12 milhões de desempregados, que em sua maioria estão endividados. O aumento da desocupação, a falta de dinamismo do mercado de trabalho e a queda da massa salarial prejudicam diretamente o orçamento das famílias, o que se reflete na queda do poder de compra do trabalhador.

 

Segundo o especialista em direito trabalhista, em função de tantas demissões, houve um aumento considerável dos processos trabalhistas. Para se ter uma ideia, estão em tramitação na Justiça do Trabalho quase três milhões de processos trabalhistas. Grande parte  dos casos envolve empresas que quebraram ou estão muito endividadas e não têm condições de saldar seus débitos trabalhistas. Milhões de brasileiros que perderam o emprego não conseguem receber os direitos mesmo depois que os empregadores perderam os recursos na Justiça. Por essa razão, o juiz determina a penhora e há leilões dos bens dos devedores, inclusive dos sócios das empresas, para saldar os débitos com os trabalhadores.

 

Com um número tão grande de desempregados, a dificuldade de colocação é maior. "Em razão disso, muitas pessoas que foram desligadas há algum tempo estão recorrendo ao processo judicial, que pode ocorrer até dois anos após o rompimento do contrato de trabalho. Por sua vez, algumas empresas, sabendo que o empregado irá acioná-la judicialmente, acabam não pagando nada na rescisão, ou pagando um valor menor do que deveria, uma vez que partem do pressuposto que serão acionadas e condenadas", afirma Scheer.

 

Ainda segundo o advogado, como qualquer empresa com atuação no Brasil está reduzindo custos, acaba demitindo trabalhadores menos experientes em detrimento dos mais experientes, que por sua vez ficam sobrecarregados, acumulando o trabalho dos demitidos. "O que ocorre é que são fortemente pressionados a trabalhar mais e melhor, o que pode causar muitas vezes danos emocionais e até à saúde do empregado, configurando assédio moral", diz o especialista.

 

"Com tamanho desemprego cresce a informalidade. O número de pessoas que trabalham sem carteira assinada aumentou e o salário destes trabalhadores é em média 40% menor, reduzindo assim o poder de compra das famílias. Enfim, essa cadeia de fatores somados contribui para o atraso da retomada do crescimento no País", conclui Scheer.

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