Caso Bruno cada vez mais perto do tribunal do júri

Publicado por: redação
14/07/2010 08:23 AM
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Caso Bruno cada vez mais perto do tribunal do júri

Para especialista, depoimentos contundentes podem aproximar Bruno e demais suspeitos a uma denúncia por homicídio doloso

A cada dia mais perto de um desfecho, o caso do goleiro Bruno Fernandes teve novos capítulos e contornos esta semana e a polícia ainda tenta resolver o mistério que envolve a ausência do corpo de Eliza Samudio. Além, da estratégia da defesa, um direito garantido pela Constituição, dos principais envolvidos se reservarem ao direito do silêncio em seus depoimentos, uma vez que ninguém é obrigado a fazer prova contra si. A solução e os esclarecimentos dos indícios de autoria é a principal motivação da polícia mineira, a ponto das buscas pelo corpo serem ampliadas, inclusive com uma análise dos cães que, supostamente, teriam se alimentado de pedaços do corpo da jovem.

Para o advogado criminalista Antonio Gonçalves*, os depoimentos dos primos cada vez mais contundentes podem aproximar o goleiro Bruno e os demais silenciosos a uma denúncia por homicídio doloso, sequestro, cárcere privado e ocultação e destruição de cadáver. “O depoimento dos primos pode ser crucial para levar o Bruno, Macarrão e o Bola e até Dayanne ao tribunal do júri. A acareação entre os primos do jogador é mais um passo na tentativa da polícia reunir os elementos mínimos necessários para promover um indiciamento por homicídio doloso, uma vez que o corpo da jovem não é o único requisito para esta denúncia”.

A polícia possui uma série de indícios, mas, como afirma Gonçalves, “o Código de Processo Penal é claro em definir o que vem a ser indício no artigo 239 e que, para a denúncia, os indícios serão insuficientes. Por isso, enquanto o corpo não for localizado, a Polícia Civil de Minas Gerais vai promover uma acareação entre os primos do jogador, para suprir as lacunas do inquérito, numa busca clara por contradições e uma eventual confissão”.

Gonçalves finaliza ressaltando a certeza de que o goleiro será denunciado. “Resta saber se a polícia conseguirá converter esses indícios numa prova concreta que comprove o assassinato de Eliza Samudio, pois, até o presente momento, a justiça não tem a prova cabal de que a jovem efetivamente morreu, mesmo com o depoimento do menor, primo do jogador, afirmando que ela morreu com requintes de crueldade, por isso a busca pelo corpo segue sendo a ação principal da polícia”.

Fonte:
* Antonio Gonçalves é advogado criminalista, especialista em Criminologia Internacional: ênfase em Novas armas contra o terrorismo pelo Istituto Superiore Internazionale di Scienze Criminali, Siracusa (Itália);  em Direito Penal Empresarial Europeu pela Universidade de Coimbra (Portugal); membro da Association Internationale de Droit Pénal - AIDP. Pós-graduado em Direito Penal - Teoria dos Delitos (Universidade de Salamanca - Espanha). Mestre em Filosofia do Direito e Doutorando pela PUC-SP. Fundador da banca Antonio Gonçalves Advogados Associados, é autor, co-autor e coordenador de diversas obras.

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