Leitura: Um hábito promissor

Publicado por: redação
12/06/2012 09:06 AM
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Por Bruno de Oliveira Lopes e Renata Gama e Guimaro Moura

 Damos início a esta reflexão com a frase de Henry Thoreau: "Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro", entretanto, cada vez mais, as pessoas têm-se afastado das páginas dos livros, preferindo dedicar seu tempo livre a diversas outras atividades, seja com o avanço da tecnologia focada no lazer ou pelo  simples fato de "arranjar algo melhor" ou mais divertido do que o hábito da leitura, fato esse que incorre demasiadamente no empobrecimento cultural.

            Quando levantamos números, verificamos que a situação brasileira melhorou nos últimos 10 anos com um aumento de 150% no índice da leitura no país, quando o brasileiro passou da média dos 1,8 para uma média de 4,7 livros ao ano por leitor, quantidade ainda muito distante dos 15 livros ao ano de muitos países desenvolvidos.

            O reflexo social da cultura é visível e torna a situação do país inferior no que tange ao hábito da leitura. Mesmo aumentando sua média, esta ainda é ínfima diante dos números apresentados por países cuja cultura preserva e incentiva o hábito da leitura, motivado pelos pais e professores ainda na infância.

            Tomada como ponto de referência a célebre e sábia frase pronunciada há muito tempo por Monteiro Lobato, "um país se faz com homens e livros", avaliamos hoje, com embasamento estatístico, o fraco nível literário populacional, que se reflete em todos os campos do desenvolvimento do país, e não apenas no social ou intelectual, e acaba por abranger toda a população. Por vezes, a ignorância se cria não por inaptidão, mas pela falta do hábito da leitura, de que deriva, por sua vez, a falta do conhecimento.

A criança estimulada ao hábito da leitura cria, por si só, a curiosidade pelo conhecimento e, com isso, pode ter maior facilidade na aprendizagem. A leitura – não apenas literária –a irá agregar a ela o saber necessário para a rotina de estudos tão cobrada pelos pais e, futuramente, pelo mercado de trabalho. O reflexo disso é facilmente observado no rendimento escolar e na formação do jovem, que poderá tornar-se um adulto possuidor de capacidade intelectual e criatividade elevadas, proporcionando-lhe eficaz desenvolvimento acadêmico. O hábito literário cria um diferencial de peso e está na origem dos formadores de opinião.

            Acreditamos ainda que o hábito da leitura também desenvolva a capacidade da escrita e da comunicação, as quais criam a possibilidade de aproveitamento de oportunidades em qualquer área de atuação. A dificuldade na redação ainda é problema observado em todas as faixas de escolaridade, com alta visibilidade no Enem e nos vestibulares brasileiros. Quantas vezes não achamos cômicas as redações publicadas na internet sob a alcunha de "pérolas" do vestibular ou do Enem? Essas pérolas nada mais são do que testemunhas trágicas da situação vexatória vivenciada em nosso país atualmente.

            A leitura é um hábito saudável e estimulante do desenvolvimento do ser por si só, devendo ser perpetuada de forma ampla e efetiva. Quando criamos uma cultura de jovens leitores, investimos em um futuro de grandes escritores. Esse hábito, que, de forma simples e efetiva, ajuda a erradicar a ignorância pública e faz nascer um grupo de formadores de opinião e intelectuais capazes de fazer a diferença em um país com tanto potencial, deveria ter sua importância mais evidenciada.

            O brasileiro não mais deve ater-se aos grilhões da ignorância de forma tão cômoda. A cultura e o conhecimento – anexadas diretamente ao hábito da leitura – são figuras imprescindíveis na constante luta pela melhoria da qualidade de vida populacional e no avanço do país como um todo.

            Quando finalmente o Brasil compreender que a frase dita por Monteiro Lobato nada mais refletia do que uma realidade que hoje vivenciamos de forma clara e explícita, talvez não mais haja tempo de arrumar a situação de forma efetiva, por estarmos demasiadamente empobrecidos no âmbito literário. Portanto, é necessário agir rapidamente, incentivando a geração atual a ler e, por meio da leitura de histórias, romances e conhecimento, vivenciar as aventuras que crianças e jovens, cada vez mais precocemente, procuram em frente a uma tela de computador por meio de jogos eletrônicos.

Bruno de Oliveira Lopes: Acadêmico do Curso do Direito da UFMS – Campus de Três Lagoas. E-mail: bruno.direito89@hotmail.com

 

Renata Gama e Guimaro Moura: Administradora e Professora da UFMS – Campus de Três Lagoas.  E-mail: rmoura@cptl.ufms.br

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