Recife continua sendo um a das capitais mais violentas do país

Publicado por: redação
22/09/2012 07:00 AM
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LUIZ FLÁVIO GOMES (@professorLFG)*

Durante Pesquisa Nacional, por amostragem domiciliar, sobre atitudes, normas culturais e valores em relação à violação dos direitos humanos e violência - 2010, que ouviu habitantes de 11 capitais brasileiras, Belém, Belo Horizonte, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, visando a aferir a sensação da violência pela população, 60,2% dos recifenses afirmaram sentir que a violência vem aumentando no país.

Um percentual muito inferior ao apresentado em 1999, quando 95% dos habitantes de Recife sentiam que a violência crescia no país. Assim, entre 1999 e 2010 houve uma significativa diminuição na sensação de crescimento da violência na capital.

Diminuição que se coaduna com a realidade, tendo em vista a redução de 34,6% no número absoluto de homicídios em Recife nesse lapso temporal, uma vez que, o número de 1.368 vítimas de homicídio existentes em 1999, caiu para 895 vítimas, em 2010 (Fontes: Datasus – Ministério da Saúde e Mapa da Violência 2012).

No tocante à taxa de mortes por 100 mil habitantes, esta também diminuiu na cidade. Enquanto em 1999 o índice era de 99,3 assassinados a cada 100 mil habitantes, em 2010, ele passou a ser de 58,2 assassinados para cada 100 mil (população de 2010: 1.537.704 habitantes – IBGE).

 

Contudo, apesar da diminuição tanto no número absoluto como na taxa relativa de mortes na capital, ainda apresenta taxa altíssima de homicídios, sobretudo se analisados os padrões da  OMS (Organização Mundial de Saúde), que apontam que uma taxa superior a 10 mortes a cada 100 mil habitantes já qualifica uma região como uma zona epidêmica de homicídios.

Assim, ainda que positiva a redução de mortes na capital, que pode, inclusive, ter influenciado a percepção da população quanto ao crescimento da violência, não foi capaz de transformar o cenário de violência, que permanece bárbaro e desolador.

*LFG – Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil e coeditor do atualidadesdodireito.com.br. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Siga-me: www.professorlfg.com.br.

**Colaborou: Mariana Cury Bunduky - Advogada e Pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes.

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