Fantasma inflacionário pode provocar aumento dos juros

Publicado por: redação
16/10/2012 03:08 AM
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*Reginaldo Gonçalves:

Caso a expectativa de inflação anual ultrapasse a 6% , poderão mudar as diretrizes do COPOM quanto à Taxa Selic até o final de 2012. Contudo, as diretrizes do governo em estimular o crédito através da queda dos juros aos consumidores, incentivos à linha branca, automóveis e móveis, com a redução do IPI e as mudanças relacionadas à desoneração da folha de pagamentos, poderão apresentar uma situação temporária de aquecimento da economia, mas, não garantirão o freio inflacionário.

As baixas contínuas da Selic parecerão benéficas apenas até o momento em que os consumidores não perceberem que qualquer modalidade de investimento sem risco não gerará estímulo à poupança. Quandovicejar a consciência de que levando seus recursos ao consumo geram pressão nos preços, com risco de aumento, poderão surgir problemas. Essa situação já causa preocupação no governo em virtude da meta de inflação anual fixada ser de 4,5%, com dois pontos para cima ou para baixo e que as projeções já apontam que poderá chegar a mais de 6% em 2012.

Para manutenção do controle inflacionário, além dosestímulos paliativos do governo, está havendo uma colaboração que está minando o caixa da Petrobras, que não está repassando aos preços internos os aumentos do petróleo no mercado internacional. Tanto que a própria presidente da empresa, Maria das Graças Silva Foster, já demonstra preocupações com o nível de investimentos futuros, que deveriam já fazer parte do plano da organização e que vêm sendo diminuídos por conta dessa estratégia de contenção inflacionária.  Acredita-se que depois das eleições municipais esse repasse possa vir e será mais um motivo para o aumento do IPCA. Dependendo do percentual de reajustes dos combustíveis,  a inflação poderá ultrapassar a barreira do 6%, ou atingir o limite máximo estabelecido pela equipe econômica.

Os problemas surgem e cada vez mais fica complexa acapacidade das nações emergentes de equilibrar suas finanças. Os países precisam produzir a preços competitivos para exportar e gerar uma balança comercial superavitária, fabricando produtos de alto valor agregado. Isso, entretanto, não acontece hoje no Brasil. Estamos observando o problema dos Estados Unidos com relação à seca e à compra de insumos agrícolas, o que, para nós, é um aspecto bom, pois aumentam nossas exportações do agronegócio, em especial suco de laranja. No entanto, a falta do produto no mercado internotambém poderá representar um gatilho para aumento da inflação. Vejam o repasse na carne de frango, que já chegou aos supermercados.

O País precisa crescer de maneira sustentável, conciliando a expansão do PIB com a manutenção de uma economia saudável. Nesse sentido, é preciso melhorar a competitividade da indústria e manter o nível de emprego. Embora o crescimento do PIB projetado de 1,5% para este ano possa ser ruim para a equipe econômica, representa a manutenção da empregabilidade. O que não poderá ocorrer é o retorno da inflação, que mina o plano econômico.

*Reginaldo Gonçalves é coordenador de Ciências Contábeis da FASM (Faculdade Santa Marcelina).

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