Eliana Calmon, braço de ferro no CNJ

Publicado por: redação
08/09/2010 03:53 AM
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Eliana Calmon assume Corregedoria Nacional de Justiça nesta quarta (8)

A posse da ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no cargo de corregedor do Conselho Nacional de Justiça (STJ), será nesta quarta-feira (8). A ministra foi nomeada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir o ministro Gilson Dipp. A posse está marcada para as 18h, no Supremo Tribunal Federal (STF).

A ministra Eliana Calmon é o quarto ministro do STJ a assumir o cargo de corregedor nacional de Justiça, já ocupado pelos ministros Antônio de Pádua Ribeiro, Cesar Rocha e Gilson Dipp. Ela chega ao cargo com o objetivo de aprimorar a gestão administrativa do Judiciário. Ela afirma também que desvios de conduta de magistrados não serão tolerados.

Eliana Calmon foi a primeira juíza de carreira a chegar a um tribunal superior. Considerada objetiva e pragmática, ela afirma que se tornar ministra mudou muita coisa em sua vida. “Confesso que, em parte, a pesada rotina que enfrento é pelo entendimento que tenho de que não basta chegar a um cargo. É preciso mostrar por que se chegou, principalmente no meu caso, quando a Nação e as mulheres tanto festejaram. Tenho a responsabilidade histórica de dar satisfação do meu trabalho a todos que acreditaram que era eu merecedora do título”, afirma.

Segundo a ministra, assumir a Corregedoria Nacional de Justiça é um desafio, principalmente porque ela é uma crítica ferrenha do Judiciário. “Este é um momento difícil para mim, mesmo sabendo que foi eu quem escolheu este caminho. Eu não poderia deixar a magistratura sem dar uma contribuição na área que mais critico, que é a gestão do Poder Judiciário. Para ter legitimidade tudo o que venho dizendo todo este tempo, tive de assumir o compromisso de dar uma contribuição”, conclui.

Atuação

Membro da Primeira Seção e da Segunda Turma, órgãos que já presidiu, responsáveis pelo julgamento de matérias relativas ao Direito Público, a ministra integra, também, a Corte Especial. Ela compõe, ainda, o Conselho da Justiça Federal (CJF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Durante sua vida, Eliana Calmon acostumou-se com ineditismos. Em 1974, surpreendeu ao assumir como procuradora da República antes dos 30 anos. Era a primeira vez que o Nordeste via uma mulher no Ministério Público Federal. A quebra de paradigmas não foi problema para ela, que seguiu o caminho com firmeza e brilhantismo.

Em 1979, ingressou na magistratura, no cargo de juíza federal. Seguiu para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região e, em 1999, chegou ao STJ, para fazer história e abrir caminho às mulheres dedicadas ao Direito. “No Judiciário, fui tudo o que eu gostaria de ser, sem ambições outras senão a de ser simplesmente julgadora. Gosto de julgar, gosto dos processos, gosto do cheiro dos autos. A atividade que mais me gratifica é a atividade judicante. Existe coisa melhor para quem escolheu a profissão de juiz e, depois de 30 anos, continua a achar que fez a escolha certa?”, confessa.

A ministra Eliana Calmon ainda continuará participando da Corte Especial enquanto acumular o cargo de corregedora nacional de Justiça no CNJ. O mandato é de dois anos.

Fonte: STJ

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