O sistema carcerário: uma análise sobre a ótica da justiça e da valoração do ser humano

Publicado por: redação
25/01/2011 10:30 AM
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O sistema carcerário: uma análise sobre a ótica da justiça e da valoração do ser humano
Numa visita técnica a Penitenciária Lemos de Brito, localizada no bairro de Mata Escura, em Salvador, a maior penitenciaria da Bahia, subordinada à Secretária de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, em contato direto com os detentos, percebi que não há preço que pague a liberdade e, acima de tudo, a vida.
Ali pessoas vivem como animais, em certo ponto até mesmo domesticado, mas com o espírito selvagem enjaulados como animais no circo ou num zoológico.
Ao rodar entre os muros desta fortaleza, me perguntei: “será que o cidadão pensa na prisão antes de cometer um crime?” Acho que não. Por isso, percebo que não são leis mais duras ou regime fechado que irão mudar os índices de criminalidade, nem tão pouco a ação repressiva da polícia, mas, acredito que para mudar é necessário haver políticas públicas efetivas em sua essência na causa do problema e não na conseqüência.
Vi ali presos de todos os tipos, desde jovens a idosos, brancos, negros, índios, mulatos, gente de todas as raças cores, religiões. Todavia, o que mais me chamou atenção é que ali todos são proporcionalmente iguais.
Outro fato interessante foi à singela preocupação do Estado com a educação do preso. Lá dentro há uma escola para quem quiser estudar. Há cultos religiosos, pratica desportiva, e a também muita violência, tráfico de drogas, prostituição, sodomia, climas hostis e tudo que uma pessoa não deveria passar. Ai me pergunto: “ será essa a melhor maneira de reabilitar um preso?”
Penso, que se as delegacias estão lotadas, os presídios cheios e cada vez mais aumentando os índices de violência. Alguma coisa está errada. Onde está a culpa? Atualmente em Salvador há 77 mil jovens entre 18 e 24 anos estão desempregados. É mister que não podemos culpar o desemprego para fazer uma apologia ao crime, entretanto podemos concluir que esses jovens desempregados que ficam o dia inteiro sem fazer nada ou até mesmo fazendo de tudo para trabalhar, precisão fazer alguma coisa. Ai entra uma pergunta que não se cala: é melhor investir em educação e emprego para esses jovens ou em segurança, construção de cadeias públicas  e armas para o combate a criminalidade?.
Não consigo imaginar que a nossa cidade, berço do Brasil, inserida num Estado tão famoso e num País tão rico, tenha se deixado levar por essa febre que é o descaso dos governantes frente à onda da criminalidade e da violência que assolam o mundo inteiro.
Penso que há esperança para mudar a base da pirâmide que ainda não se contaminaram totalmente com essa febre: as nossas crianças.
Quando éramos pequenos ouvíamos os mais velhos dizerem: “você é o futuro do país. O Brasil precisa de você. Quando crescer seja alguém de bem. Quero que meu filho seja um doutor. Entre outras palavras de incentivo. Entretanto, o que hoje vemos são crianças brincando de ser bandido e o adolescentes sendo. E quando chegam à maior idade ou estão presos ou mortos.
Se não começarmos a mudar agora, não teremos um futuro para contar a história.
Autores:
Bel. Tiago do Nascimento Correia
Bela. Rita de Cacia do Nascimento Correia
Bel. Mario Sergio Dias Correia