Crônica do interior

Publicado por: redação
25/01/2012 10:01 AM
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Eleição de membro efetivo para compor o Eleitoral:

Numa tarde comum, naquela pacata cidade do interior, na Bahia, como muitas das cidades do nordeste brasileiro, começava mais uma Sessão da Câmara Municipal, composta por nove Vereadores. Compunha, também, a pauta, além de projetos legislativos, a orientação do COAF para serem preenchidos os cadastros dos membros e dos familiares, com dependentes, mais a votação de um dos membros titulares da comissão eleitoral da câmara, por que o presidente Maro Moustache tinha deixado a efetividade da comissão, para ser o Presidente da Casa. Eleição que foi ganha graças ao apoio do lutuoso cidadão luso-brasileiro, de Cintra, Portugal, Carlo de la Cintra, comendador e vereador, além de vice presidente da comissão eleitoral da câmara de vereadores de Sem Salvador.

Porém, é bom fazer uma pequena e resumida regressão, só para se saber a causa do desenrolar dos acontecimentos que estão porvir.

De La Cintra, que é ligado ao Prefeito reeleito, e que já tinha sido presidente da comissão por duas legislaturas, agora, nesse mandato, estava vice-presidente, desde que Moustache, como já dito, tinha acabado de ser eleito Presidente do Poder Legislativo Municipal, por força de um processo natural de vencimento de mandato da presidente Elma do Cabrito. Diga-se que a família Cabrito ocupa cadeira na câmara há muito tempo, inclusive com outros membros que são suplentes e ocupantes de cargos outros, mas que são candidatos a uma vaga e serão, certamente presidentes. Efetivamente é uma família poderosa, mas que não se sabe por que cargas d’água se rende ao De La Cintra, que caiu ali de para quedas, levadas por mãos outras e voto encabrestado.

Assim, como, regimentalmente, Ele, vice, não poderia ser presidente da comissão que já presidira duas vezes. A não ser que houvesse desistência de concorrer por outro edil estivesse na titularidade e que não tivesse composto o colegiado. O treiteiro Carlo, raposa felpuda do Poder Legislativo Municipal, espertamente, por isso indicou e apoiou outra vereadora para este fim, que já era suplente da comissão e estava em final de mandato,  a Dr.ª Daísa Rios, para ser titular, pois haviam combinado, ele e ela, que se eleita não disputaria a eleição para a presidência, ainda mais porque foi uma condição da permuta pela condição de titular. Aquele era o único empecilho para que o sestroso de sobrenome da cidade da pátria Lusa, não pudesse ser mantido no comando da comissão, tão importante naquele momento municipal.

O Carlito, como também era conhecido, estava no poder desde que se aproveitara de uma situação do passado, porque, a luz da sorte, derrotou um candidato a presidente, vereador conhecido na cidade como Dizinho de Barreto, que estava apoiado pela força majoritária de Toninho, líder político que já tinha sido Prefeito, deputado Estadual, Federal e era Senador. E foi por aquela via traiçoeira, ferindo pelas costas o seu Chefe, que se mantém no poder, inclusive apoiando o novo prefeito que era da oposição, o Vaguin – e esse espere a vez dele, o que não deve tardar, basta ele sair do cargo. O Carlinho é vezeiro nisso, trair.

E diga-se mais que foi o falecido Toninho quem elegeu De La Cintra, por voto de cabresto, preterindo o outro colega dele e chefe, saudoso Fernando, que era bem quisto e homem de decoro. O Carlin, apenas participava de uma organização governamental de fiscalização social, tendo sido guindado à posição de chefe, por conta de uma bem tramada teia de favores prestados e pela influência política do seu sogro, que também era vereador e tinha um primo, ex-deputado e procurador da assembléia legislativa, que era da cozinha de Tonho. Fora isso não tinha outros serviços prestados que não fosse diretamente ao chefe político que traíra, o que se tronou um hábito. Ainda, é também motivo de falatório geral na cidade o fato de que o vice-presidente da comissão eleitora da câmara, além de conviver – e a muito tempo, mesmo quando ainda era casado - com a esposa de um fiscal da prefeitura, ainda, é mestre na arte de “levantamento de copo”. E pega seguro, desde os tempos que não era mais que um membro da comissão antes mencionada e genro do vereador. E por isso, o finado Toinho – por quem rogam bom lugar no mundo espiritual, pois há polêmica em torno da sua benquerença eleitoral, depois que foi traído e afrontado pelo edil peçonhento, dizia que a melhor assessoria de Carlo era uma “branquinha” a tal da marca “Jacaré”, aguardente popular que ele apreciava e muito, além de outras bebidas alcóolicas. O chefe traído, chegou a comentar entre os confrades íntimos que o apelido de De La Cintra era “Carlo Bebin”. Espalhado o fato o povo, depois, proseava, nos bares e distritos municipais, aumentando a intensidade nos dias de feira livre, quando a população se aglomerava e as tendências políticas municipais se escancaravam, regadas a cerveja, aguardente ou até mesmo pela assessora do “Português”.

Por essas e outras, sem contar com a influência que passou a ter na sede e nos distritos, controlando várias comissões da câmara e até secretarias municipais, fora os cargos que tinha, o “Gajo”, se dizia uma “liderança soberana”. E cria nisso côo se fosse para a posteridade por gerações. Mas Ele vinha caindo no desgosto dos outros Pares, pois só coçava igual a macaco, “prá dentro”, como se diz na roça. Ou seja, tudo para ele e nada para os outros, a não serem promessas e mais promessas, chagando às vezes, quando a pressão era muita, a dar um “cala boca”, para esfriar os ânimos. Terrível o “Carlo  Bebin”, subestimava a capacidade de todos por confiança na sua rapacidade enrrustida. Um perigo, fingido que só ele!!! Para conseguir as posições que deseja não media e nem mede esforços, faz pacto até com o “coisa ruim”, com o “cramulhão” e até ao mesmo tempo com o anjo Gabriel. É o cão do segundo livro. Fidelidade é uma palavra que não existe no seu dicionário e acumular é um verbo que só conjuga na primeira pessoa do presente do indicativo: Eu acumulo. Pense??? Danado demais... E mais nada para mais ninguém.

Aliás, pro mode, tem um ajuntamento de lambe sola que lhe cobrem de elogios, chegam até a idolatrá-lo, principalmente quando estão “comendo água”, “cortando rama”. Muita gente se iludiu com ele, é grande artista! Dizem pelos corredores da casa e pelos da prefeitura, que nem mesmo o prefeito agüenta mais ele, de tanto pedir e impor por via indireta. Isso sem contar as ações contra Ele, que estão adormecidos para julgamento – é uma ruma de processo, de todos os tipos, o que segura graças à influência do prefeito e de alguns apadrinhados que lhe protegem por interesse particular. Os que ainda não foram traídos. Aquela chusma de rapa pé, amostrando intimidade com o treiteiro chega até a chamá-lo por apelido de criança, o que é muito comum no interior: “Caim” ou “Carlinho”. O primeiro é mais próprio, pois como o da bíblia é capaz de matar por inveja. Mas como toda araruta tem seu dia, o de Carlinho já chegou e passou, ainda que ele queira voltar no tempo.

E daí, com essa pequena referência sobre “Caim” retomamos a estória continuando. A oposição, capitaneada por Silvita Catife, nome turco herdado do marido, um estrangeiro que se abancou naquelas paragens. Embora no nome leve também o de uma importante família política do sertão. O certo é que a vereadora é valente que só, pois já provocou a presidente em fim de mandato, a Do Cabrito prá porrada, e numa sessão, em público para quem quisesse ver e ouvir. Tanto é desse jeitinho que deu na rádio. Assim, Ela querendo afrontar a adversária e mostrar que tinha densidade eleitoral, para se vingar da eleição de Moustache, do que ainda padecia, e não estava satisfeita, sabendo dos planos do confrade e da colega, resolveu lançar outra mulher como candidata a vereadora Mara Trigo. Mulher firme, viúva de um grande e expressivo advogado democrata, que sofreu na ditadura e conseguiu ser eleito presidente da OAB no Estado. Eita cabra bom! E, para alertar, leia-se elas, as mulheres, já eram maioria naquela câmara.

Pois então, iniciada a sessão, o vereador Erval Pedra, legalista e ortodoxo, confuzento e problemático, perguntou à presidente pela cédula de votação e aquela lhe disse, em resposta, que ia chamar cada um nominalmente. A indaga foi transmitida no rádio ao vivo. O Erval é homem direito, por isso que é objeto de tantos adjetivos que denotam a sua retidão e por isso, junto com o outro Edil, Cardosão, incomodam pela retidão de ser. E então, na hora da votação, assim se passou, cada um foi chamado, nominalmente, e votou com sua respectiva cédula. Nenhum problema se viu ou foi reclamado.

Surpresa!!!! A candidata de “Carlo Bebin” perdeu a votação por um voto, foram cinco contra quatro. O resultado foi divulgado imediatamente, saindo até na mídia eletrônica, de um blogueiro local e de outro das adjacências do município.  Aquele fato foi como a morte para “Caim”. Virou onça, mas não amostrou as pintas, preferiu ficar escondido no mato, na escaramuça, como sempre faz, espreitando para achar uma solução.

Fala-se que de um dia pro outro Ele sonhou como falecido Toninho, que lhe disse em sonho que deixasse de ser orgulhoso e se lembrasse do que havia aprendido com ele: “ Prá tudo tem jeito, menos prá morte”.
Carlinho, então, acordou com a ideia que o ex-chefe e saudoso algoz lhe sugeriu: alegar fraude na eleição. Mas como??? Foi transmitida via rádio e tudo mais????? Os jornais já anunciaram... as críticas já lhe alcançavam, começaram a ser públicas, o que era, no ver dele, um absurdo, quebraram-lhe a blindagem, que já estava vencida por um acúmulo de intempéries ... tinha que se  esconder e pensar.

Daí, pensamento vem, pensamento vai, já que sonhou com Tonho, associando, resolveu consultar a “jacaré” sua assessora dos momentos solitários e de festas também. Eureca!, pensou ele. Já sabia o que fazer.
Mandou chamar a colega que tinha sido vencida, a Rios, que por sinal estava em prantos junto com os familiares e outros que a consolavam. Ela chegou correndo e ele foi dizendo:
- Já tenho solução, tu entra com a impugnação alegando que tinha mais cédula na urna do que eleitor”.
Ela, “pau mandado”, imediatamente alinhavou um ofício, Deus sabe lá com que argumentos, pois a toda hora chega nova notícia, protocolou e a presidente, para não desfazer de “Carlo Bebin”, seu padrinho e de seu sucessor, aceitou a impugnação e colocou na pauta da próxima sessão. Ou seja, reabriu a possibilidade de ter nova votação. Era mais uma armação. Sabe-se inclusive, a bocas pequenas, que um dos vereadores, que é cupincha do Raposão, um tal de Seu Nésio, quebra-faca de toda hora, vai alegar que votou em branco... uma sacanagem, mas digna de De La Cintra, que o Prefeito veja como é que ele faz e se cubra, pois o próximo pode ser ele. Esse negócio de que ele tem um projeto político conjunto é só fachada... conto de ninar, basta o Vaguin deixar o poder que ele dá com os pés... quer dizer, se ainda estiver com algum poder...
Agora vem a indaga: Será que o povo é besta? Será que os outros vereadores são bestas? Ninguém ta vendo a mesma prática habitual de Toninho nessa manobra??? Ou ta todo mundo crescendo as orelhas e comendo capim??? Cuidado Vaguin, o próximo pode ser você...
Deixa lá, quem viver verá.

Assinado: Cavaleiro Templário Godofredo de Bulhões

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