Defensoria Pública de SP ajuíza ação em favor de torcedor ferido por balas de borracha durante a final da Libertadores, em 2005, no estádio do Morumbi
A Defensoria Pública de São Paulo ajuizou nessa terça-feira (31/8) uma ação judicial com pedido indenizatório contra o Estado, o Hospital São Luiz e o São Paulo Futebol Clube em favor do torcedor Sidney Gratuliano Moreira, atingido, em 2005, por três balas de borracha disparadas pela Polícia Militar, no estádio do Morumbi, durante a partida pela final da Copa Libertadores.
Com 29 anos e desempregado, Sidney teve afundamento craniano e, em decorrência, graves problemas neurológicos. As seqüelas deixaram-no permanentemente incapaz. Segundo a ação, o Estado responde de forma solidária pelos atos de seu agentes policiais, uma vez que o torcedor foi atingido na cabeça e nas costas à curta distância. As balas de borracha devem ser atiradas abaixo da cintura e à distância de ao menos 20 metros.
A ação pede também que o Hospital São Luiz seja responsabilizado por atendimento médico “negligente e imprudente”. Na ocasião, Sidnei teria sido liberado pelo médico , que apenas indicou ao torcedor ferido que procurasse “atendimento mais adequado em hospital com estrutura”. O hospital não providenciou a transferência.
De acordo com o Defensor Público Luiz Raskovski, o São Paulo Futebol Clube também deve indenizar o torcedor pelos danos causados, pois o Estatuto do Torcedor determina que o clube mandante providencie a segurança necessária dentro e fora do estádio.
A Defensoria Pública pede que as partes arquem com as despesas dos tratamentos já realizados e a realizar. Também pede indenização por danos morais no valor de 200 salários mínimos. Além disso, as partes podem ter que pagar pensão mensal ou única para a vítima, em quantia correspondente ao valor que o torcedor deixou de receber de salários devido à deterioração de sua saúde.
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