Conselheiro da OAB-RJ aposta na prevenção como melhor forma de combate às drogas

Cresce número de trabalhadores que se afastam das atividades para tratamento de dependência química

Dados divulgados recentemente pelo INSS mostram que mais de 21,2 mil pessoas, apenas no primeiro semestre, tiveram que se afastar do trabalho para fazer tratamento de transtornos causados pelo uso de substâncias psicoativas. No ano passado, neste mesmo período, este número era de 17,5 mil, sendo registrado um aumento de 22%.

Para o advogado Jonas Lopes de Carvalho Neto, conselheiro da Comissão de Política sobre Drogas da OAB-RJ, a política de combate às drogas só será mais eficiente ser for dividida em duas vertentes, saúde pública e polícia.

“O problema do dependente químico é questão de saúde pública e assim deve ser encarado. O dependente deve ter o apoio de toda sociedade, incluindo empregadores e família, bem como da administração pública para se tratar e não mais voltar ao uso.”

Com relação ao tráfico, o conselheiro da OAB-RJ defende que a Justiça seja severa e ressalta que tanto o uso, como o tráfico de drogas são tipiciados como crime.

“No tocante aos usuários não dependentes e traficantes, entendo que é caso de polícia e deve ser tratado com todo o rigor da lei. O argumento de que o usuário não prejudica ninguém não merece prosperar, uma vez que, se os milhões de usuários que existem apenas no Rio de Janeiro pensarem da mesma maneira, o tráfico de drogas e de armas continuará sendo abastecido por esses criminosos. E todos nos sabemos que o tráfico é o grande responsável por toda a violência.”

Jonas acredita que a prevenção é importante e que para isso é necessário investir em educação.

“O governo deve investir na educação, evitando que as pessoas tenham o primeiro contato com as drogas. É mais fácil educar que combater todos os problemas decorrentes do uso de entorpecentes.”