Relação pais e filhos: como lidar com o sentimento de culpa

Publicado por: redação
13/12/2011 09:47 AM
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As grandes transformações sociais e econômicas trouxeram mudanças na configuração familiar e na forma de cuidar dos filhos. O antigo modelo no qual a mãe era a rainha do lar e o pai o provedor não cabe mais na realidade familiar contemporânea. A psicanalista Ana Maria Rocha, do CPPL (www.cppl.com.br), explica que muitos pais não conseguem lidar com essas mudanças e se sentem em falta com os filhos por não corresponderem ao antigo modelo por eles idealizado, gerando assim um sentimento de culpa neles.

“Hoje, as famílias precisam conciliar o forte ritmo de trabalho com as responsabilidades da rotina familiar. É frequente encontrarmos entre os pais o sentimento de estarem abandonando seus filhos”, explica Ana Rocha. Atormentados pela culpa de não serem bons pais, eles acreditam estar em dívida eterna com seus filhos, o que pode acarretar uma dificuldade de dizer não, de mostrar-lhes os limites de seus direitos. “As concessões descabidas são prejudiciais para o amadurecimento das crianças”, alerta.

Essa dinâmica, consciente ou inconsciente, gera uma insatisfação generalizada. Nada que os pais fazem pelos filhos é reconhecido como suficientemente bom. Nem por eles próprios, nem pelos filhos. As crianças percebem nas entrelinhas e estimulam um círculo vicioso de insatisfação e exigências cada vez maiores.

Para se livrar do sentimento de culpa que contamina a relação com os filhos, primeiramente, é importante identificar sua origem. Em algumas situações, ele pode ser percebido por meio das conversas com familiares e amigos. Em outros casos, recomenda-se buscar uma ajuda profissional. “Cada criança é única e não vem com manual de instrução. Não existem receitas e isso, muitas vezes, deixa os pais inseguros e desamparados. Principalmente nesses novos tempos, que têm exigido de cada um infindáveis elaborações, readaptações e construções do seu jeito próprio de ser pai ou mãe”, afirma Ana Rocha.

Ana Maria Rocha recomenda aos pais que mesmo que seu tempo presencial com os filhos seja mínimo “é necessário haver interesse pelas necessidades e descobertas deles e compartilhar suas alegrias e tristezas. Bem como estar atento e não se omitir de sua função primordial de apresentar-lhes seus valores e visão de mundo, não apenas com palavras, mas principalmente com atitudes. Além disso, deve-se construir e confiar na forma ou estilo singular de se ser pai e mãe”, conclui Ana Maria Rocha.

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