Mulheres assassinadas no Brasil: aumento de 230% em trinta anos

Publicado por: redação
05/09/2012 07:00 AM
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LUIZ FLÁVIO GOMES (@professorLFG)*

 

De acordo com os dados do Datasus (Ministério da Saúde), o Instituto Avante Brasil constatou que entre 1980 e 2010 o número de mulheres assassinadas aumentou 230% no país. Em 1980 o número de vítimas femininas era de 1.353, montante que saltou para 4.465 em 2010 (Conheça nosso delitômetro).

As mulheres não são a minoria das vítimas de homicídio no país (total de 52.260), representando 8,5% dos assassinados (ou seja, 4.465), enquanto os homens representam 91,4% (47.749 mortos; cumpre salientar que 46 mortos não tiveram o sexo identificado).

Nos últimos dez anos, o crescimento no número de mulheres assassinadas foi de 16%, já que em 2001 elas perfaziam 3.851 vítimas, superando o crescimento de homens assassinados no mesmo período, que foi de 8%, vez que, naquele ano, eles totalizavam 44.040 mortos. Na última década o número de mulheres assassinadas foi o dobro dos homens.

Apesar de as mulheres serem minoria dentre as vítimas de homicídio, o aumento no número de mortes violentas femininas acompanha e até ultrapassa o aumento no número de mortes violentas masculinas. Um cenário que evidencia a grande influência até os dias atuais da cultura machista no país (Veja: Violência machista universal: 11 mulheres são assassinadas por dia no Brasil).

E demonstra ainda que, o espírito populista vingativo e a maior severidade de leis/punições não são capazes de conter a violência e o morticínio feminino no Brasil, os quais claramente se amenizariam por meio de políticas de educação, conscientização e de inclusão, bem como por medidas específicas de prevenção.

*LFG – Jurista e cientista criminal. Fundador da Rede de Ensino LFG. Codiretor do Instituto Avante Brasil e do atualidadesdodireito.com.br. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Siga-me nas redes sociais: www.professorlfg.com.br.

**Colaborou: Mariana Cury Bunduky - Advogada e Pesquisadora do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes.

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