O voo incerto da American

Publicado por: redação
05/12/2011 06:39 AM
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Reginaldo Gonçalves *

A dificuldade da American Airlines é reflexo do que os próprios Estados Unidos estão passando. A crise vivida pelo país acaba respingando sobre as empresas em virtude do aperto monetário e menor disponibilidade de recursos no mercado. A concordata requerida pela tradicional companhia aérea não garante a recuperação de sua saúde financeira no curto prazo e pode resultar, em menor ou maior dimensão, no enxugamento da estrutura, demissão de funcionários e desistência de linhas regionais e internacionais.

A situação poderá abrir caminhos para as empresas aéreas brasileiras, principalmente aquelas que querem expandir os voos internacionais e que hoje têm o mercado interno totalmente competitivo e com baixa margem de lucratividade. A TAM, que já explora rotas externas, poderá participar de alguma fatia, embora a concordata da American Airlines não seja garantia dessa expansão.

O resultado das companhias aéreas brasileiras no 3º trimestre não apresentou surpresas: redução em virtude da situação de aumento dos combustíveis e do custo trabalhista. A estratégia das duas maiores do setor, Gol e TAM, são muito bem traçadas – a primeira disputa mercado com maior redução dos custos e a segunda trabalha com o diferencial no atendimento.

Diante da situação econômica norte-americana e a aproximação das eleições presidenciais, o problema poderá ficar mais sério se o governo nãotiver mecanismos para financiar as empresas, gerando mais desemprego. As dificuldades de Tio Sam, não se enganem, têm um forte componente político. Se não forem sanadas, as asas da American poderão não ser as únicas podadas pelos algozes da crise.

* Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.

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